Nossas Vozes: jovens brasileiros compartilham histórias de combate ao estigma, autoexpressão e criação de espaços seguros nas escolas
Neste blog, você conhecerá alguns dos jovens inspiradores com quem trabalhamos. Por meio de suas vozes e histórias, eles mostram como a liderança juvenil pode gerar mudanças significativas e ajudar a construir um futuro em que o cuidado em saúde mental seja acessível a todos.
Giulia
“São sempre os adultos que definem tudo em nossas vidas. As escolas são projetadas por adultos, muitas vezes sem pensar diretamente nas nossas necessidades. Por isso, acredito que a representação é crucial. Jovens falando sobre jovens é uma questão de entendimento. Precisamos ter espaço para expressar nossas reais necessidades, em vez de vê-las ditadas por outros — porque, se forem simplesmente impostas, podem acabar não sendo atendidas de fato. Ter voz nas escolas e ao longo da adolescência, em qualquer ambiente social, é extremamente importante para nos sentirmos valorizados e para que nossas necessidades sejam realmente consideradas.
Acredito que um dos maiores desafios para os jovens hoje é a questão da identidade. Identificar-se com um grupo, um espaço ou com pessoas é um tema que, na minha realidade e pelo que observo, é muito relevante. Vejo isso muito no ambiente escolar, na minha vida social e também na minha família. Poder se identificar com algo e dizer ‘faço parte disso’ ou ‘me reconheço nisso’ é um desafio.”

Giulia tem 18 anos e mora no Rio de Janeiro. Sempre foi uma pessoa muito curiosa, que adora ciência, natureza, artes e pessoas. Ela acredita que o conhecimento é a base de sua vida. Aqui está uma frase de que gosta e quer compartilhar: “Na vida, nada deve ser temido, apenas compreendido.” (Marie Curie, cientista polonesa)
João Pedro Campello
“Acho que uma das maiores dificuldades que os adolescentes enfrentam é a transição para a vida adulta. Falando do Brasil, dependendo do seu contexto social e econômico, você ou está pouco preparado, ou acaba pulando etapas importantes da juventude no caminho para a vida adulta. É preciso amadurecer cedo demais.
Uma coisa que a minha escola tem, e que nem todas têm, e que considero muito benéfica, é a comunicação aberta entre a administração e os estudantes. Ter esse espaço seguro, como o Grêmio Estudantil, permite que os alunos se expressem. Nas escolas onde isso não existe, acho que tudo fica ainda mais difícil. Por isso considero esse um dos aspectos mais importantes — ter diálogo aberto entre a direção escolar e os estudantes.”

João Pedro Campello tem 18 anos, é brasileiro, toca guitarra em uma banda de rock e estuda Jornalismo na Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Letícia Vitória
“Acho que o que torna a saúde mental tão difícil para os jovens hoje é principalmente a pressão constante que enfrentamos, especialmente a pressão acadêmica. Você precisa sempre tirar boas notas e se concentrar em tudo para garantir uma boa carreira, mas as pessoas esquecem que os jovens já vivem sob muita pressão. Você é pressionado em casa, na escola e, para alguns jovens, também no trabalho. Penso que uma forma de melhorar isso seria criar mais espaços seguros. E, mesmo que a escola às vezes possa ser um ambiente tóxico, ela também pode ser uma porta de entrada para a criação desses espaços seguros para os jovens. Um lugar onde possamos chegar, conversar sobre o que está acontecendo, ser ouvidos e também ajudar outras pessoas.”

Letícia Vitória tem 15 anos e é moradora do Complexo do Alemão. Ela pratica balé clássico e também gosta de dança contemporânea. No tempo livre, gosta de ler livros, especialmente sobre investigações ou zumbis.
O Juntô – Iniciativa Brasileira para a Saúde Mental de Crianças e Adolescentes atua em colaboração com parceiros locais, para ajudar crianças e adolescentes a terem acesso a cuidados de saúde mental de qualidade e baseados em evidências, por meio de parcerias colaborativas, engajamento juvenil, programa de atenção psicossocial nas escolas e treinamentos especializados adaptados à realidade cultural.
Nossas Vozes
8 de Setembro, 2025Você tem alguma história ou experiência inspiradora sobre saúde mental?
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